...que não quer ir lá ver. Depois de muitos meses morando em Patrocínio é que fui descobrir dois tesouros da região: Cruzeiro da Fortaleza e Silvano. O Nuno contou da ida a Cruzeiro no "Pedalar, essa é a ordem!" Na 3a, decidi ceder à tentação de sair de moto no final do dia, antes do por do sol e depois da chuva. Estava sem companhia, sem programa e sem gasolina. Só peguei a estrada em direção a Uberlândia pensando em comer uma pamonha depois de uns 10km.
Para minha surpresa (e por minha completa ignorância) me surpreendi com uma estradinha apenas uns 500m antes da Pamonharia e a placa indicando: Silvano. Sem hesitar um segundo, entrei na pista e me apaixonei imediatamente: pista estreita acompanhando a estrada de ferro, plantações e gado, nuvens brincando de esconder um arco-íris, verdes de todos os tons lavados pela chuva e agora banhados no dourado de um sol que teimava em não ir embora. Achei até que ele mesmo queria ficar um pouco mais para aproveitar o espetáculo.
Depois veio Silvano. Num ritmo todo próprio. O mundo queria que todas as horas do rush fossem daquele jeito: dois amigos sentados na porta de uma casa, uma janela entreaberta mostrava o pé pra cima de alguém descansando, duas meninas voltando do "centro" com uma sacolas na mão. No boteco uns dois ou três na sinuca, na casa mais abaixo um grupo de crianças correndo e gritando. Na estrada já vinha com o cheiro de terra molhada. Na entrada da cidade, o cheiro de mangas no chão, fogão a lenha, comida caseira. Uma praça, uns cruzeiros de madeira antigos, uma igreja em miniatura. Muita gente olhando pela janela, por baixo do chapéu, por cima dos óculos. Uns olhares curiosos, outros meio espantados.
Silvano trouxe de volta muitas lembranças boas e muita vontade de voltar com tempo para viver um pouco daquele ritmo, daquela vida, daquela gente. Trouxe também a certeza de que perdi muito tempo por não ter ido antes e não ter ido muito. Também trouxe a certeza de que é cego o motociclista que não quer ir lá ver.
Para minha surpresa (e por minha completa ignorância) me surpreendi com uma estradinha apenas uns 500m antes da Pamonharia e a placa indicando: Silvano. Sem hesitar um segundo, entrei na pista e me apaixonei imediatamente: pista estreita acompanhando a estrada de ferro, plantações e gado, nuvens brincando de esconder um arco-íris, verdes de todos os tons lavados pela chuva e agora banhados no dourado de um sol que teimava em não ir embora. Achei até que ele mesmo queria ficar um pouco mais para aproveitar o espetáculo.
Depois veio Silvano. Num ritmo todo próprio. O mundo queria que todas as horas do rush fossem daquele jeito: dois amigos sentados na porta de uma casa, uma janela entreaberta mostrava o pé pra cima de alguém descansando, duas meninas voltando do "centro" com uma sacolas na mão. No boteco uns dois ou três na sinuca, na casa mais abaixo um grupo de crianças correndo e gritando. Na estrada já vinha com o cheiro de terra molhada. Na entrada da cidade, o cheiro de mangas no chão, fogão a lenha, comida caseira. Uma praça, uns cruzeiros de madeira antigos, uma igreja em miniatura. Muita gente olhando pela janela, por baixo do chapéu, por cima dos óculos. Uns olhares curiosos, outros meio espantados.
Silvano trouxe de volta muitas lembranças boas e muita vontade de voltar com tempo para viver um pouco daquele ritmo, daquela vida, daquela gente. Trouxe também a certeza de que perdi muito tempo por não ter ido antes e não ter ido muito. Também trouxe a certeza de que é cego o motociclista que não quer ir lá ver.
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